2 de setembro de 2011

O detalhe faz a diferença...

O esporte brasileiro vive momentos delicados. Por um lado modalidades alcançando feitos antes impossíveis, poucos acreditavam que tal planejamento traria tanto resultado. Mas também temos problemas crônicos de organização e falta de público.

Recentemente, em uma apresentação na Faculdade de Tecnologia do Nordeste - FATENE - falei sobre o trabalho do educador físico na construção e na gestão de atletas. Temos vários exemplos a citar, mas sem dúvida o esporte feminino sempre nos oferece exemplos fascinantes. Na FATENE citei o caso da tenista Kim Clijsters, que abriu mão do circuito profissional de tênis para ser mãe. Teve a sua filha, voltou a treinar e já está entre as primeiras do ranking WTA de tênis feminino.

Mas no Brasil também temos um exemplo semelhante, da Fabiana Beltrame, que conseguiu conciliar a rotina intensa de treinos com o prazer de ser mãe. A dedicação e motivação precisam estar o tempo todo no limite! A Fabiana já colhe alguns frutos do seu trabalho: Medalha de Ouro no Mundial de Remo, na categoria Single Skiff em Bled-Eslovênia.

Sabemos que o "trinômio trabalho-trabalho-trabalho" - como diria Bernardinho - quase sempre resulta em conquistas apaixonantes. O remo é uma modalidade que caminha lado a lado com o sacrifício pessoal, não está no alvo da imprensa, nem no sonho de muitos que iniciam alguma modalidade esportiva. Prova disso é que Fabiana Beltrame está procurando uma parceira para o Double Skiff leve, outra categoria do remo.

Tais dificuldades só tornam ainda mais importante a conquista da Fabiana Beltrame, que já havia conquistado em junho a medalha de Ouro na Copa do Mundo de Remo em Hamburgo na Alemanha, também no Single Skiff.
Outro exemplo do esporte feminino que me surpreendeu nesses últimos dias, foi a contratação da jogadora de vôlei dos Estados Unidos Destinee Hooker - melhor jogadora do Grand Prix 2011 - pelo Sollys/Nestlé/Osasco, comandada pelo técnico Luizomar de Moura.

A equipe do Vôlei Futuro já contava com a líbero dos Estados Unidos, Stacy Sykora, que sofreu um acidente recentemente e talvez por isso tenha ficado de fora do Grand Prix. Vale ressaltar que ela já está bem! Mas imaginem a força da nossa Superliga de Vôlei!!! E nem vou mencionar todas as grandes atletas brasileiras que atuam nas equipes nacionais, porque aí precisaria de 3-4 posts.

Mas qual a razão dos nossos espaços esportivos, competições e eventos não terem a presença massiva de público? Alguns jogos são transmitidos na televisão, aí vemos o ginásio lotado e acabamos nos enganando achando que é sempre assim. Caros colegas a ponta do iceberg acusa a falta de benefícios voltados para o público. O público pagante consome esporte duas vezes: Compra material esportivo, paga mensalidade no clube/academia onde pratica e ainda paga para ver a sua equipe favorita, quer seja local ou não.
E mesmo assim o público não recebe nenhum tratamento especial... Tem explicação???

Temos grandes atletas, competições fortes, grandes marcas investindo no esporte, entretanto não temos público nos jogos. Pequenas ações estratégicas fazem toda a diferença, citar outros exemplos fica para um próximo post, em breve.

Pare e pense, se você não tem nenhuma programação para as próximas horas, procure saber onde tem algum jogo ou competição esportiva - seja infantil ou adulta - e tente acompanhar. O esporte brasileiro agradece!

Timótheo Batista