22 de julho de 2008

E elas querem o OURO!!

Na foto acima, a Seleção Brasileira comemorando o Heptacampeonato do Grand Prix de Vôlei.

A Seleção Feminina de Vôlei do Brasil aproveitou bastante o seu “treino de luxo” como disse o próprio técnico José Roberto Guimarães, quando se refere ao torneio feminino de vôlei, o Grand Prix. Zé Roberto aproveitou o torneio para dar ritmo de jogo as suas jogadoras que até então, ainda não haviam disputado nenhum campeonato internacional em um ano Olímpico. O título do Grand Prix foi muito bom, as brasileiras chegarão com moral para as Olimpíadas, mas não como favoritas. O vôlei feminino vive uma era aonde cinco equipes possuem chances reais iguais de subirem ao primeiro lugar no pódio em Pequim. Brasil, China, Cuba, Itália e Rússia vão fazer os jogos mais disputados dessa olimpíada, um nível um pouco abaixo dessas seleções acima citadas estão os EUA e a Sérvia com grandes chances também de beliscar algum pódio.


Conhecendo os principais adversários!


China – Mesmo não tendo feito uma boa campanha no Grand Prix de Volley, essa seleção é uma das favoritas por muitos fatores. Tem sua “pequena” torcida a seu favor, são as atuais campeãs olímpicas, possui um excelente sistema defensivo, atacantes altas e muito fortes e uma das melhores meio-de-rede do mundo, a atleta RuiRui Zhao de 1,96cm que faz a diferença no paredão chinês.



Jogadoras da Seleção Chinesa em forma de arte no meio da rua, arma que o país das olimpíadas investe pesado para satisfazer os turistas durante os Jogos.


Acima, a Seleção Chinesa comemora um ponto em partida disputada no Grand Prix.


Cuba – É uma seleção que cresce em Olimpíadas. Tricampeã olímpica! Uma seleção que é o verdadeiro calo do Brasil. Brasileiras e Cubanas já protagonizaram cenas e partidas inesquecíveis nas histórias das Olimpíadas. É um jogo sem favoritas, a seleção que estiver melhor emocionalmente e mais concentrada ganhará a partida. Conta com ajuda do técnico tricampeão olímpico e considerado o melhor técnico de vôlei nos últimos 20 anos – Antonio Perdomo, que comandou a geração da vitoriosa Mireya Luis, Regla Torres (melhor jogadora de vôlei do século), Regla Bell, Carvajal e Agüero. Ataque forte, bloqueio pesado e saque massacrante são as características das garotas do caribe, sem falar na famosa “provocação”. É um time que grita e provoca para tentar desestabilizar a equipe adversária, e seu ponto fraco é retribuir da mesma moeda para que elas percam a cabeça e errem tudo dentro de quadra.


Seleção Cubana comemorando vitória sobre a China na fase final do Grand Prix.


Itália – Atual campeã da Copa do Mundo, essa seleção passou por uma renovação e mudança de técnico, Massimo Barbolini vem trabalhando muito bem essa fortíssima seleção que tem a melhor líbero do mundo e um sistema defensivo quase beirando a perfeição. Mesmo tendo perdido de 3 x 0 para o Brasil no Grand Prix, essa seleção está desfalcada de duas principais jogadoras, a meio-de-rede Gioli e a ponteira passadora Del Core que por problemas de saúde, é não irá para Pequim. O Brasil precisava impor-se diante a Itália, recuperar a confiança abalada nos últimos confrontos entre estas equipes. Sua principal jogadora é a cubana naturalizada italiana e bicampeã olímpica pela seleção de Cuba, Agüero, que no alto de seus 1,77cm de altura, muito baixa para os padrões atuais do vôlei, é considerada por muitos técnicos a melhor jogadora do mundo. Então a receita para vencer essa seleção é sacar forte em cima dessa atleta para tentar neutralizá-la e assim desestruturar o ataque italiano.


Seleção Italiana em final de uma partida no Grand Prix.


Rússia – Tradição!! Jogadoras gigantes, time muito forte!! O ataque é sua principal arma, possui a “Divina Trindade”, três atacantes altamente completas e com um ataque muito forte, Gamova 2,02cm, Sokolova 1,92m e Artamonova com 1,90cm. Essa seleção tem um poder de reação incrível, como nenhuma, vide semifinal de Athenas, no jogo contra o Brasil, onde as brasileiras ganhavam o 4°set por 24 x 19, e as russas viraram o set e o jogo, desclassificando assim o Brasil. A Rússia é um time que possui características diferentes das outras equipes, o jogo é lento, as bolas são altas e as levantadoras não são tão ágeis e técnicas, levantam bolas para o teto do ginásio e suas gigantes atacantes saltam e pegam a bola para um ataque pesado, mas uma característica que podemos perceber nessa seleção, são jogadoras como Sokolova e Artamonova que possuem um excelente fundo de quadra, dando volume de jogo para sua equipe. Mesmo não participando do Grand Prix, essa seleção está treinando a mil em busca do OURO que desde as Olimpíadas de Seul-1988, onde na época era União Soviética conquistou. Nas Olimpíadas de Barcelona-1992, a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) que pertencia a União Soviética foi vice, em Sydney-2000 e Athenas-2004 mais outra vez o vice campeonato, são 16 anos em busca do primeiro lugar no pódio. Pra mim é a seleção que as brasileiras terão de ter mais cuidado.


Paredão russo, Gamova (2,02m), Borodakovo (1,90m) e Sokolova (1,92m) tentando parar o ataque da nossa atacante Sheilla.


Equipe Russa comemorando vitória no Grand Prix de 2007.


EUA e Sérvia – Atacantes altas e muito fortes, bom sistema defensivo, excelente meios de redes, mas possuem levantadoras medianas. São equipes bem treinadas e estruturadas, a primeira possuí em seus destaque as fortes e experientes meios-de-rede e ponteira Haneef-Park de 2,00m. Quando ambas dessas seleções não erram muito, elas dão muito trabalho, e não será surpresa nenhuma ver essas seleções se classificando para as quartas de finais e dando muito trabalho nas seleções acima citadas mais o Brasil.


Comemoração da equipe comandada pela técnica chinesa Lang Ping, Seleção dos EUA.


BrasilMudança de postura técnica. Zé Roberto está um nervo em quadra com suas atletas... cobrando, gritando, exigindo... e que assim permaneça sempre, porque está dando certo. Digo que o maior concorrente das brasileiras são o emocional de cada uma delas, saber controlá-lo será uma arma quase imbatível para essa geração. Temos uma equipe compacta, coesa, forte quando todas jogam na mesma sintonia. Nosso maior brilho não são os destaques individuais, mas sim a coletividade dessa seleção; todas possuindo um mesmo nível técnico em quadra. O poder coletivo do Brasil intimida e faz pressão nas equipes adversárias, o Brasil detonou suas concorrentes no Grand Prix de vôlei e chega com muita moral para a disputa do tão sonhado OURO olímpico. Crescimento no poderio de ataque e a verdadeira muralha da China está nessa seleção, uma característica não muito expressiva na equipe brasileira de antigamente, hoje está em grande evidência – o bloqueio vem fazendo a diferença, a prova está no término do Grand Prix e as três melhores bloqueadoras foram brasileiras, Walewska (eleita melhor bloqueio da fase final do Grand Prix), e Thaísa outra jovem gigante de 21 anos e 1,96cm que ficou em segundo, seguido pela melhor jogadora do Grand Prix, a Mari. Essa geração nos trará boas alegrias. A nossa melhor atacante, A Mari está muito forte e destruindo no ataque em todo lugar da quadra, embalando juntamente com ela estão Paula Pequeno, Thaísa, Walewska e Sheilla detonando. É um time jovem que mescla com a experiência da levantadora Fofão. Uma seleção que tem o luxo de ter Jaqueline Carvalho e Fabiana Claudino no banco de reservas não é para qualquer equipe não, lembrando que a Jaque é a nossa melhor ponteira passadora, melhor jogadora do Brasil no fundo de quadra, nas recepções e defesas aonde proporciona volume de jogo e a prova disso foi o título de primeiro lugar de melhor passadora no Mundial de Vôlei, e a última, a Fabiana já foi eleita a melhor atacante no Mundial de Vôlei também. Para essas duas está na reserva, imagina o potencial que estão as titulares?! Literalmente estão com sede de bola. Vamos torcer pessoal por esse esporte que sempre nos trouxe muitas alegrias. O vôlei pode dar até seis medalhas para o nosso país, quatro delas no vôlei de praia, onde temos reais chances de pódio e duas com as seleções indoors masculina e feminina.


Como sempre muita festa da Seleção Brasileira ao ganhar mais um Grand Prix.


Muralha brasileira (Mari, Thaísa e Sheilla) parando a atacante chinesa Wang, que sofreu nesse jogo.