Recentemente comprei uma revista de esportes visando ler uma matéria sobre a estratégia de marketing esportivo desenvolvida pela Traffic junto ao Palmeiras. Mas descobri algo muito maior, o planejamento e a estratégia que está sendo desenvolvida, e muito bem, pela Red Bull.
A empresa austríaca de bebidas energéticas possui um forte vínculo com o público jovem devido o produto que desenvolve. Todavia ela foi além, começou a investir no esporte, vendo aí uma forma de aumentar sua relação com seu público-alvo. Agiu corretamente, investiu na modalidade mais praticada no mundo: futebol. A empresa adquiriu um clube austríaco de futebol, Red Bull Salzburgo. Este clube inclusive teve seu estádio como uma das sedes da última Eurocopa, o que demonstra a tecnologia e o investimento aplicado.
Mas a Red Bull, também investe em várias modalidades: vela, skate, surfe e automobilismo, dentre outras. Este último inclusive possui uma corrida bastante diferenciada, com carros que lembram as alegorias carnavalescas, a corrida não é disputada apenas na pista, mas também na criatividade do veículo e na diversão que os participantes levam ao público, e qual o jovem que não gosta de diversão e dar muita risada? A última etapa desta corrida ocorreu em Fortaleza, foi muito divertido! Ainda tem uma etapa em Porto Alegre...
Sem mencionar que a existência da Red Bull na fórmula 1 como equipe própria, ainda que não produza o carro, a equipe leva seu nome. Grande jogada!
Mas a Red Bull não vem ao Brasil apenas investir em corridas, a equipe vislumbrou o crescimento e a organização que está ocorrendo no esporte brasileiro, em especial o futebol, com a criação de leis e regulamentos específicos aos clubes e à modalidade, como a Lei Pelé e a Lei Zico. A empresa austríaca optou pelo futebol paulista, que se destaca como o mais organizado, fundando um clube no interior paulista, com estádio próprio e estrutura de um clube de médio porte. A empresa sabe que o sucesso de uma estratégia começa pela organização e planejamento, contratou um treinador como Paulo Sérgio, ex-seleção brasileira e Ponte Preta, que tem bagagem para auxiliar a jornada a ser percorrida da quarta divisão do campeonato paulista às divisões principais. Vale lembrar que o clube foi fundado em 2007, daí a divisão que atualmente está disputando, mas o treinador alega que esse ano é apenas experiência, ano que vem “temos obrigação de subir”, ousado? Talvez, eu diria obstinado, a sorte favorece quem trabalha!
Mas as estratégias bem sucedidas e as surpresas com a Red Bull, não pararam por aí. A surfista brazuca Maya Gabeira, que ficou famosa por ser a mulher a surfar a maior onda do ano, aparece logo na foto da capa da revista de bordo com um colar que tinha como pingente os touros da Red Bull, símbolo inconfundível, se ela é ou não é atleta Red Bull eu não sei, mas os austríacos vibraram com a foto com certeza, pois creio que uma boa parte dos jovens que viajam de avião aprecia a bebida energética... Durante a cerimônia de premiação pela onda surfada, em auditório lotado nos Estados Unidos, Maya aparece novamente com o colar, destacado por ser o único acessório utilizado, e o metal ainda se destacou com os flashes das máquinas.
Não pensem que sou um fã declarado da Red Bull, mas graças a empresas organizadas que investem no esporte com estratégias bem planejadas, como foi o caso, acredito que o Marketing Esportivo no Brasil ainda tem muito a crescer. O Rio 2007 foi bom, mas foi um laboratório... Que venha RIO 2016!!!
Fontes:
Revista Trivela – Junho 2008
Revista Gol – nº 75
