1 de julho de 2010

Pirituba, quem vai pagar a conta?

Seguindo a linha da Copa - 2014, vamos falar do estado de São Paulo e do estádio que representará a cidade de São Paulo, afinal com certeza a terra da garoa terá um estádio na C-2014.
Esses dias li uma notíca no Portal 2014, site oficial do mundial, onde o SPFC emite novo esclarecimento sobre o veto ao Morumbi. O São Paulo estava tranquilo ao constatar as seguidas manifestações do Governo do Estado e da Prefeitura no sentido de que não realizarão investimentos públicos para a construção de novas arenas, até porque entende que tal manifestação significa que também não haverá investimentos públicos para prover infraestrutura para estádios privados geridos com a finalidade de servir como fonte de lucro para "empreendedores" interessados em utilizar a oportunidade da Copa do Mundo como fonte para "novos bons negócios".
No dia 20/06/2010 o colunista do "Estadão" Ugo Giorgetti afirma que "o dinheiro está em São Paulo, logo é a Copa que precisa de SP e não o contrário". Nesse texto ele também alega que o que os organizadores da C-2014 querem são grandes investimentos, somas volumosas de dinheiro e não antigos estádios reformados.
Realmente dinheiro em São Paulo não faltará, a cidade será a 3ª a receber mais investimentos (R$ 1,45 bilhão), atrás apenas de Rio de Janeiro (R$ 1,97 bilhão) e Natal (R$1,49 bilhão). Resta saber quanto desse dinheiro será público, privado e desviado... Basta lembrar o Pan-2007.
Mas enfim, fiquei pensando, se por melhor que sejam os projetos dos novos estádios a resposta é "não". Então teríamos pouquíssimos estádios em condições de abrigar a Copa.
Mas entendo o autor, que usa essa teoria para justificar a exclusão do Morumbi e tentar encontrar justificativas para a Arena de Pirituba.
Mas partindo da idéia de que o Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) já está fora. Abordamos outro dilema sobre a Arena de Pirituba, que é a sua função. O projeto contava com alguns parceiros que querem a construção do espaço para eventos grandes, como show e espetáculos, não prioritariamente jogos de futebol.
Agora, por outro lado, existe a pressão sobre o governo para que a Arena seja aprovada e iniciem as obras imediatamente. O projeto inicial seria aprovado mais rápido, mas não obedeceria a todos os requisitos da FIFA para abrigar a abertura da C-2014, pois a capacidade seria de 40 mil pessoas (a FIFA exige 65 mil lugares), além de novas mudanças na infraestrutura de acesso.
Como será construída essa Arena e administrada após o mundial ainda é uma incógnita. Pois o governo do estado e do município já tinham afirmado
que defendiam a candidatura do Morumbi e que não investiriam na construção de outro estádio na capital paulista, a verba seria nesse caso do BNDES.
Na minha opinião uma PPP (Parceria Público-Privada) seria a melhor saída, afinal o problema na organização do orçamento do Pan-2007 já mostrou que o Governo Federal não tem capacidade para isso.
Exceto pelo Engenhão (foto ao lado), que o Botafogo adquiriu uma concessão de 20 anos.
Que a Copa é uma grande oportunidade e vai trazer investimento
s ao país não é segredo. Mas existe uma sutil diferença entre oportunidade de negócios e "justificativas" para desvios de verba. É como disse Juca Kfouri na Folha de S. Paulo, 18/06/10, "que jorrará dinheiro público é fora de dúvida". Eu já vi esse filme...
Timótheo Batista